Moradores de rua tem usado prédios abandonados como abrigo
CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA
Qualquer um que ande por Tijucas, principalmente pela área central da cidade, percebe a circulação de pessoas em situação de rua. Maioria vindos de fora. Na última sessão da Câmara de Vereadores, o assunto esteve em pauta quando entrou para discussão e votação um pedido para criação de um abrigo para andarilhos no período de inverno.
A indicação – que é um pedido feito por parlamentares, mas que não obriga a administração municipal a executar – foi apresentada pelo vereador Esaú Bayer (MDB). Além do abrigo, ele sugeriu uma parceria entre a secretaria municipal de Ação Social e a Polícia Militar para cadastrarem as pessoas em situação de rua que procurarem o abrigo.
“Parte o coração da gente ver as pessoas dormindo sob as marquises durante o inverno”, afirmou Esaú. Na defesa da indicação, ele salientou que esse tipo de atendimento já acontece em algumas cidades da região, como é o caso de Florianópolis. “Não precisa ser 30 ou 40, que sejam 15 pessoas que o município pudesse dar um local para dormir e comer, já seria ótimo”, argumentou.
Na discussão no Legislativo, o vereador Cláudio Tiago Izidoro (MDB) afirmou que se preocupa com a situação, mas não sabe se o abrigo seria a solução. “Me preocupa porque hoje temos uma grande quantidade de andarilhos sem ter abrigo. Pesa muito a questão humana, mas não sei se esse seria o caminho. É um tema bem complicado. Vale a pena discutirmos mais o assunto”, ressaltou.
IRIA ATRAIR?
Para a secretaria municipal de Ação Social, Bianca Bibiani Machado, o receio seria que a criação de um espaço para abrigar as pessoas em situação de rua fosse atrair ainda mais a vinda deles para cá. “Este tem sido um problema que temos dado a máxima atenção, mas o número só aumenta. E muito disso se deve ao fechamento de abrigos em cidades maiores. Como pessoa, sou a favor de ter este espaço. Mas como gestora não posso ser”, explica. No entanto, ela entende que o assunto requer mais debate e que deve ser colocado em pauta na administração municipal, para que se alinhe qual será a postura e ações mais adequadas para o tema.
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